segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Um exemplo para o ser humano...

Será que estaríamos dispostos a fazer isto que um ser dito irracional acabou por fazer a um semelhante?



Nos tempos que correm tenho as minhas dúvidas...

A crise mundial (de valores)

Entretanto, a crise económica continua sem fim à vista (apesar de já ter sido mencionado que já terminou há um par de semanas) já que Portugal ainda está a pagar a factura dessa mesma crise vivendo uma precariedade ainda maior que durante a própria. Porém, o que mais me preocupa continua a ser o facto de estarmos a preferir as barras de ouro ao planeta... (lembram-se?) Estamos a dar maior importância ao saldamento de dívidas, redução de custos com aumento de poluição, enquanto algumas regiões (como a Madeira) ficam com o seu coração nas mãos sempre que uma nova intempérie os fustiga. E tenho a certeza que dariam muitas barras de ouro em troca de um melhor clima... E quando deixarem de ser apenas algumas regiões para serem todas? Os credores ainda se importarão com a dívida? Este fim de semana relembrei o filme "Mentes perigosas" em que um jovem estudante perde a vida por não ter batido à porta do gabinete do reitor (tendo sido convidado a sair sem falar) e como tal não pôde denunciar o homem que acabaria por lhe tirar a vida. Quando é que começamos a dar importância ao que realmente interessa em vez de estarmos preocupados com o "bater à porta"?

A solução da crise passa por se exportar mais do que aquilo que se importa, atrevo-me a dizer que qualquer gestor/economista concorda com o que acabei de dizer. O meu comentário em relação à frase anterior: que grande inverdade!!! A solução da crise passa por vender a pronto e comprar a prazo... FALSO!

Acho inadmissível que ainda se pense desta forma! Vender a pronto dá de facto um lucro imediato, comprar a prazo só adia a sentença para a descendência... beneficiam agora dos bens para que a descendência a pague com dificuldade mais tarde... gozaram outros aquilo que estamos a pagar neste momento!!! O crédito nunca é solução! E é com esta explicação que já posso comentar a primeira afirmação, inverdade que a solução da crise é exportar mais do que aquilo que se importa pois no limite alguém irá ficar sempre a perder... Vejamos, Portugal amanha começa a exportar o dobro do que aquilo que importa, duplicará o seu capital (numa economia sem crédito), Espanha faz o mesmo... França faz o mesmo... todos os países fazem o mesmo.... entretanto duplicaram todos o seu capital? Claro que não! Não é possível! Os recursos são limitados, não há forma de todos crescerem sem prejuizo de alguém. A questão aqui meus amigos é que todos os países consigam exportar O MESMO VALOR do que aquilo que importam... Parar de vez com a competitividade, (impossível?) criar uma lei internacional para quem obtivesse lucros teria que o ceder a um fundo internacional para o distribuir a quem tivesse prejuizo. Obviamente que poderia dar lugar ao facilitismo, que outros trabalhassem por nós... (eles que tenham lucro e nós recebemos o dinheiro sem produzir) teria que ser criado um critério para essa distribuição de riqueza, uma espécie de prova que tudo tentaram para obter lucro mas não conseguiram... Só com este princípio de equidade se poderá resolver de uma vez por todas esta crise... A competitividade não nos vai levar a lado nenhum... E no limite, continuo a dizê-lo, os ricos terão que começar a plantar as suas batatas e a pescar o seu peixe e não os estou a ver dispostos a tal... Comecem a ceder a riqueza a quem as planta/pesca...

Portugal - a colónia brasileira

Já alguém pensou que a solução da dívida portuguesa poderia passar pela aquisição desta por parte do Brasil?

O Brasil, um dos três mercados emergentes internacionais a par da China e da Índia, irá ser um dos maiores produtores de petróleo à escala mundial, possui enormes recursos hídricos e que, a meu ver, iria ganhar muito mais se apostasse nas energias renováveis dada a sua extensão e exposição solar, poderia inverter o seu papel de ex-colónia criando um protocolo com a "metrópole" de forma a que Portugal deixasse de estar sujeito à pressão dos mercados e pagasse a sua dívida ao Brasil com as devidas contrapartidas...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

PEC 33 e dois terços...

Qual sátira aos nomes dos filmes da Academia de Polícia... Nova redução de comparticipação a quem vai ao médico dizer 33 e pedir meios complementares de diagnóstico; o que nos vai valer é ter um terço em cada mão e rezar...

Governo anuncia subida de iva para os 23%, congelamento de novas admissões na função pública, redução de pessoal da função pública onde existe maior massa de empregos, redução de salários da função pública em 5% para quem ganha mais de 1500eur, redução nas pensões, redução nas ajudas de custo, reduções, reduções, reduções.... Resta saber se a redução da despesa irá traduzir-se também num aumento da receita com um aumento de impostos...

O mais grave disto tudo é que este Orçamento de Estado tem que ser aprovado para que a taxa de juro da dívida pública não dispare ainda mais (quando já ultrapassou os 6,5%) uma vez que uma instabilidade política faria aumentar ainda mais a especulação dos mercados face a Portugal.

Más notícias para quem, como eu, se encontra desempregado, se já estava difícil arranjar emprego quando a função pública ainda admitia a conta gotas novo pessoal, agora só o sector privado nos irá valer que, como sabemos, paga como bem entende quando a procura é maior que a oferta...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Segunda Opinião Médica

Foi lançado há dias um site que permite aos seus utilizadores obterem uma opinião clínica com base na descrição de sintomas e envio de exames digitalizados, revolucionando a ideia do meu post anterior mas em versão oficial e especializada. O Segunda Opinião Médica já sofreu, no entanto, críticas do bastonário da Ordem dos Médicos que, no seu entender, tal "negócio" não pode ser considerado acto médico e alerta para o problema da "responsabilidade criminal quando algum doente abandonar um tratamento".

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Dúvidas: Antibióticos e outras

Tenho constatado que grande parte das visitas deste blog se prende à tentativa por parte dos leitores de encontrar respostas a dúvidas sobre antibióticos e afins. Deixo aqui este tópico para que coloquem nos comentários as vossas questões para que eu possa esclarecer o melhor possível com os meus conhecimentos ou consultando a opinião de colegas da especialidade...

Exs: "O que fazer quando uma infecção bacteriana não passa com antibiótico?" "O antibiótico deve ser tomado até ao fim?"

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Incêndios florestais: a bioanálise

Nesta altura do ano mal consigo ligar a televisão para ver a actualidade pois entristece-me confirmar que a estupidez humana não tem limites. Não se pode negar que existe alguma inimputabilidade no que diz respeito a determinados comportamentos que provocam algum tipo de prazer, como por exemplo o acto de fumar que por mais óbvio que seja que fumar causa graves malefícios à saúde, é inimputável o acto de fumar e não ético proibir de fumar quem quer que seja com um pequeno senão.. desde que não atinja a liberdade de terceiros. Este terceiro, responsável por ser difícil por vezes viver em sociedade, é a razão pela qual certos comportamentos devem ser punidos em conformidade com a lesão cometida. A piromania leva a comportamentos que de certo modo provocam prazer no pirómano, porém as nossas autoridades parecem encarar este comportamento com leviandade. A piromania afecta, e de que maneira, terceiros.

São óbvios os prejuízos materiais e humanos que este tipo de catástrofe acarreta, várias casas ardidas, vários desalojados, prejuízos avultados ao nível do gado e pecuária, ... mas há dois aspectos que eu gostava de salientar: os prejuízos humanos e ambientais.

A vida humana é, a meu ver, o bem maior que deverá ser tido em conta. Apelo à reflexão sobre o trabalho voluntário de milhares de bombeiros que nada ganham em troca senão a preservação do património ambiental do país e que por diversas vezes perdem a sua própria vida para proteger algumas pessoas que nem sequer valem o esforço de calçarem as botas dos seus uniformes. Suportam temperaturas elevadíssimas, dormem umas 4 horas por dia para renderem os seus colegas já exaustos enquanto o resto do país está a gastar recursos nacionais em ilhas paradisíacas no estrangeiro num colchão de água a desfrutarem dos seus refrescos e outros... a atear mais um fogo numa floresta algures...

Em segundo lugar, e muitas vezes abafado pelas notícias de casas ardidas, é o impacto ambiental inerente. A água potável utilizada no combate aos incêndios é um bem tão escasso e tão precioso que se houvesse a mínima noção de que num futuro próximo esse bem irá ser pago a peso de ouro, os incendiários andariam a apagar os seus fogos que atearam com rancos de árvores queimadas para evitar o consumo de mais recursos naturais.
E novamente o papão do aquecimento global. Não há a sensibilidade (ainda que as catástrofes naturais cujo homem pouco ou nada pode fazer para as evitar estejam a aumentar dramaticamente) que é urgente aumentar a taxa de retenção de carbono da atmosfera sob pena de a temperatura global aumentar para níveis humanamente insuportáveis. O Mundo assiste de ano pra ano a records de temperatura nas vagas de calor e Portugal não é excepção com os termómetros a registarem temperaturas na ordem dos 40ºC por vários dias consecutivos. E o pobre tuga, ao contrário de estar a fazer o possível para MANTER e se possível AUMENTAR a floresta que retém o carbono responsável por esse aumento de temperatura... está a dizimá-la sem eu perceber muito bem a razão... será piromania? Será a madeira queimada vendida a um preço mais barato aos transformadores da madeira? De que servirá o lucro económico se não tiverem oxigénio para respirar dentro de 20 anos?

Cada hectare de floresta retém em média cerca de 80 a 200 toneladas de dióxido de carbono por ano. Em portugal a área ardida quase duplicou entre 2008 e 2009, atingindo perto de 30 mil hectares. Este ano a área ardida ascende aos 68mil hectares. Ora só neste período Portugal deixará de reter via florestal entre 7 840 000 a 19 600 000 toneladas de dióxido de carbono! Portugal emitiu em 2006 (estando acima dos limites admissíveis internacionalmente) 36 898 milhões de toneladas. De uma forma não científica arrisco-me a dizer que ao longo dos anos, temos vindo a destruir metade da capacidade de retenção de carbono do país ao "permitirmos" que ainda exista meia dúzia de fulanos que continua a arruinar a saúde de 10 milhões de portugueses (e mais alguns a nível global) impávidos e serenos. Já para não falar do agravamento da qualidade do ar e no seu impacto nos doentes com patologia respiratória como a asma e a doença pulmonar obstrutiva crónica.

É absolutamente lamentável que as autoridades continuem a promover este tipo de atitudes não aumentando drasticamente a carga penal deste tipo de CRIME humano e ambiental. O agravamento de 2007 revela-se manifestamente insuficiente. Serão necessárias penas máximas de cadeia e multas avultadas para desencorajar a destruição lenta da espécie humana muito acima de qualquer economia, seja a que escala for, e evitar comentários populares do tipo: "era apanhá-los e amarrá-los a uma árvore..." ainda mais lamentáveis...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A razão de Portugal ter dado 7 no Mundial

Bastante simples. Após toda a comitiva portuguesa ter abastecido o seu autocarro nas bombas da Galp, e Simão Sabrosa ter festejado o seu golo com a dança da McDonalds, eis que Cristiano Ronaldo também exibe o seu contrato com o BES:





É o rendimento extra da publicidade que fala mais alto!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Análises Clínicas durante a consulta médica

Uma equipa de investigação portuguesa pretende reduzir o tempo que o paciente perde entre a primeira consulta médica, passando pela colheita de sangue e processamento laboratorial, até à nova consulta de divulgação de resultados. Com este método, o paciente poderá, na mesma consulta médica, disponibilizar em 15 a 20 minutos a informação necessária ao clínico, poupando em média 2 a 3 dias de espera.

Para saber mais:




Estará uma vez mais a classe dos bioanalistas ameaçada?

terça-feira, 1 de junho de 2010

Uma verdade inconveniente

Andamos todos preocupados com a crise mas entretanto é o planeta quem enfrenta a maior crise de sempre na história da humanidade! Sim pois certamente antes da humanidade já deve ter tido as suas crises mas a nós pouco ou nada nos interessa senão o presente...

E o Futuro? - perguntam alguns de vós.

Pois, essa infelizmente é uma pergunta que apenas uma minoria a faz. Andamos tão ocupados com a crise económica que nem damos pelo aumento das calamidades naturais a nível global, a alteração das estações do ano, alterações climáticas, etc.

Na semana passada vi na televisão um excelente documentário que recomendo toda a gente a vê-lo. O seu nome é "Uma verdade inconveniente" que mereceu a Al Gore o óscar de melhor documentário e o prémio Nobel da paz pelas suas preocupações ambientais.

Al Gore no seu trabalho "dá-nos" a escolher um dos pratos de uma balança: num prato tínhamos barras de ouro e no outro tínhamos todo o planeta... Qual seria a escolha mais óbvia? Aparentemente em 2005 seria todo o planeta pois sem ele não teríamos as barras de ouro, mas eis que em 2010 o mundo se preocupa mais com as barras de ouro e quem paga é a Madeira que ficou parcialmente destruída, o Haiti que foi devastado pelo sismo e que toda a gente ficou solidária, as cheias africanas e asiáticas...

Dando apenas outro exemplo, o famoso derretimento dos glaciares, confesso que apenas associava o degelo ao aumento do nível da água do mar, que já por si é grave, mas há um outro factor para os mais cépticos que dizem que o nível do mar não irá ser alterado pois o peso do gelo já faz o nível do mar estar ao mesmo nível daquele que seria o nível desse mesmo gelo derretido. Apesar de não ser inteiramente verdade, o gelo funciona como reflector dos raios solares. Ao estar derretido, esse espelho não só deixará de existir como a água que estará no seu lugar irá absorver essa radiação aumentando assim drasticamente o efeito de estufa. O gelo está a derreter devido ao aquecimento global, aquecimento este que será ainda mais agravado se não existir gelo. É exponencial e é URGENTE começar a reverter esse processo!

Sejam ecologistas! Tentem poluir o menos possível. Não fiquem com a ideia de que os outros não o fazem por isso não vale a pena fazer também. Depende de cada um de nós, se cada um der o seu contributo, por pouco que seja, todos os pequenos contributos somados fará a diferença à escala mundial! Lembrem-se que este pequeno planeta não é nosso, foi-nos emprestado pelos nossos filhos e netos. Qual livro que emprestamos e que gostamos de o ver devolvido no mesmo estado do momento do empréstimo, vamos tentar deixar o planeta no mesmo estado que nos foi "emprestado" pelos nossos filhos para que eles possam deixa-lo ainda melhor para os nossos netos...
A retoma económica não pode ser feita a qualquer custo pois não faz sentido retomar a economia se com isso vamos perder a nossa casa...

E fazendo o favor ao Sr. Gore, vejam o seu documentário, vale a pena ;)

sábado, 29 de maio de 2010

Estaremos todos dispostos a trabalhar no Natal?

É um facto que estamos em crise, é um facto que se gastaram uns milhares (não muitos) com a visita do papa, é igualmente um facto que se possibilitou a tolerância de ponto para a visita papal com uma eventual baixa de produtividade... etc, etc...

Agora vejamos, estarão todos dispostos a começar a trabalhar no Natal e em todos os outros feriados religiosos? Podia enumerar aqui uma vasta lista de dias em que existe a tal quebra de produtividade e se perdem também milhares de euros para que todos possam descançar mais uns dias e outros tantos de pontos quando calham à quinta-feira... Não será um absurdo estar contra o país parar devido à visita papal e por outro lado gozar dos feriados religiosos?

Não sejam tão inflexíveis, eu fui educado religiosamente, fiz a catequese e apesar disso sou cada vez menos crente, uma educação religiosa não impede de sermos esclarecidos. O que não podemos deixar de ter em conta é o facto de que é necessária a religião para todos aqueles que, ou não são "esclarecidos" e necessitam do conforto da espiritualidade ou, mesmo "esclarecidos", reconhecem que a presença de alguém capaz de reunir grandes massas de pessoas é sempre um acontecimento capaz de abastecer energia positiva e criar uma maior motivação para ter um maior rendimento no trabalho nos dias seguintes. Não valerá a pena perder um dia de produção e obter um rendimento extra nos dias após? Não valerá a pena o investimento? Convenhamos que ninguém foi obrigado a faltar ao trabalho, foi apenas uma tolerância ;) O facto de faltar ao trabalho para aproveitar a folga já é algo que transcende a visita do papa... Chama-se preguiça e a culpa não é do papa. Aliás, quem acredita no papa sabe que a preguiça é um pecado capital... :)

Podem estar contra a igreja, podem dizer que a igreja encobre pedofilia, cuidado, tenham em conta que crime há em todas as classes profissionais, mas não é por uma meia dúzia de pessoas que cometem crimes que nos dá o direito de por em causa qualquer instituição. Se assim fosse já se tinha acabado com a polícia e era pior a emenda que o soneto... Tenham em conta que os valores da sociedade ocidental baseiam-se no catolicismo, igualdade, espírito de entreajuda, respeito pelo próximo são apenas alguns exemplos. Se há algumas pessoas que ganham dinheiro com isso? Haverão certamente, mas é o seu trabalho como qualquer outra profissão.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Para quando a legalização do casamento a 3?

Desde semana passada que passou a ser permitido o casamento homossexual em Portugal. Cavaco Silva invocou a sua "ética de responsabilidade" e promolgou contra os seus princípios uma lei que não poderia ser mais adiada uma vez que o país atravessa uma grave crise financeira. Este governo já nos habituou a tentar aprovar leis enquanto algo maior preocupa ou distrai os portugueses. Para desviar as atenções do caso Freeport, eis que José Sócrates tenta implementar o casamento homossexual para que as atenções se desviem de si mesmo para um tema polémico. O mesmo governo que nos impõe as medidas de austeridade enquanto decorre a visita papal e na semana em que o Benfica é campeão aproveitando a euforia do momento para nos dar mais uma facadinha de mansinho. O que a meu ver não é digno é usar o argumento da crise como forma de promolgar uma lei que a meu ver mais de metade da população portuguesa não veria aprovada caso fosse a votação por referendo. É certo que os governantes são eleitos para fazerem as leis, mas há leis que devem ser sujeitas a votação pelos portugueses antes de serem aprovadas, nos casos mais polémicos. É óbvio que a polémica seguinte será a adopção e que o casamento apenas seria um ponto de partida para essa reivindicação, ao contrário do que os homossexuais falsamente declaravam que apenas queriam o casamento. Se o motivo é a discriminação, para quando é a legalização de casamentos entre 3 pessoas? Por que deverão ser elas discriminadas quando duas pessoas do mesmo sexo já podem casar? E por que discriminar todos aqueles que desejem oficializar uma relação e obter benefícios fiscais com os seus animais de estimação? São irracionais e tal, serão, mas também não podem ter filhos naturalmente tal como os homossexuais, por que discriminá-los também?

Não estou de todo contra a homossexualidade, bem pelo contrário, cada indivíduo é livre de efectuar as suas escolhas desde que não afecte a liberdade de terceiros; se há duas pessoas dispostas a partilhar essa opção não vejo a razão para estar contra. O que não acho correcto é que todas as opções sejam tratadas de igual forma uma vez que, quer queiramos quer não, se trata de uma opção anti-natura, nunca poderão constituir família de uma forma natural. Existe a diferença, como tal terão que existir diferenças nos contratos sociais.

A adopção, a meu ver, será um retrocesso na sociedade tal como a conhecemos hoje em dia. Será preferível atribuir um lar homossexual a uma criança para que não esteja numa instituição de acolhimento? Será viável trocar um trauma por outro ainda maior? Não é uma questão de mudar toda a sociedade para que crianças "filhas" de homossexuais não sejam inferiorizadas pelos seus pares na escola, pois acredito que por muito que a sociedade evolua, a diferença será sempre apontada por estar inerente à natureza humana. Uma criança "filha" de duas mulheres necessitará de um pai/mãe para ultrapassar o complexo de electra (édipo no caso dos meninos) e necessitará do mesmo pai quando os seus pares estiverem a dizer que possuem o melhor pai do mundo, pois nesse mesmo dia irá questionar as suas duas mães o motivo de não terem um pai, tal como as orfãs traumatizadas o questionam...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Estágios profissionais PEPAC

Fiquei hoje a saber que dos 24830 candidatos ao programa de estágios do governo, 758 procuram estágio na área das TDT. Ora havendo apenas 28 vagas nesta área possuo uma espectacular probabilidade de 3,7% de ficar colocado num desses estágios. Chega a ser um pouco assustador ter cerca de 4% de hipótese de entrar num estágio apenas, nem quero imaginar a percentagem de conseguir trabalho a sério na área....






Ele bem nos avisou mas ninguém ligou...

Regime de exclusividade dos médicos

O governo continua a defender o regime de exclusividade dos médicos que exercem funções no sector público e este projecto-lei vai mesmo ser sujeito a votação ainda hoje. Neste regime, os médicos terão que optar entre público ou privado sem poderem acumular funções como até agora foi permitido. Mas é no "se" que mais uma vez fico na dúvida se tal medida irá mudar alguma coisa... Os médicos poderão continuar a acumular funções SE possuirem autorização superior. Ora, como estes superiores são na sua grande maioria médicos, não me parece que a actual situação vá mudar tanto assim. Pedro Nunes, bastonário da Ordem dos Médicos, garante que o sector privado é bem mais vantajoso em termos financeiros e na hora em que os médicos pensarem nas suas famílias, o sector público corre o risco de ficar com um problema sério de falta de médicos. Segundo o governo, esta medida visa combater a corrupção, ao que Pedro Nunes replica que "os médicos não negoceiam em sucatas nem compram armamentos nem tomam decisões financeiras potencialmente apelidadas, ou que levem à corrupção". Ora, na minha opinião, penso que não será necessário negociar em sucatas para haver uns espertalhaços que vão picar o ponto de manhã ao hospital, saem para os seus cargos privados e voltam ao final da tarde para (aborrecidíssimos por terem que ir) novamente picar o ponto. Ora se é este o risco que corremos de ficar sem médicos no serviço público, que vão para o sector privado pois desta forma estão a ganhar um salário sem fazer rigorosamente nada. O serviço de alguns destes profissionais é assegurado ao longo do dia por variadíssimos profissionais que apenas necessitam da sua assinatura ao final do dia quando regressa para marcar presença. Claro que não estou a dizer que a grande maioria o faça, mas a meu ver, os que realmente trabalham não lhes sobrará muito tempo para acumular funções no privado... digo eu... Como qualquer outra medida anti-corrupção, pagará o justo pelos minoritários pecadores, mas pelo menos existirão mecanismos legais para combater este tipo de fraudes de uma forma mais eficaz. A não ser que o número de autorizações superiores especiais suba em flecha....

Quanto a vocês, se tivessem que votar, qual seria o vosso veredito?

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Como chamar a polícia em Portugal

Já agora, no seguimento do meu post anterior, deixo-vos com um mail que recebi há pouco.

"Tenho um sono muito leve, e numa noite destas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa.

Levantei-me em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do quarto.

Como a minha casa é muito segura, com alarme, grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, vaguiando tranquilamente.

Liguei baixinho para a polícia, informei sobre a situação e o meu endereço.

Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa. Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém logo que fosse possível.

Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma:

-Eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisam mais de ter pressa, porque eu já matei o ladrão com um tiro de pistola calibre 9 mm, que tenho guardada cá em casa, já há anos para estas situações. O tiro fez um estrago danado no pobre diabo !

Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um carro do INEM, um helicóptero, uma unidade de resgate, duas equipas da TVI, uma da SIC e um representante duma entidade de direitos humanos.

Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficou boquiaberto a olhar tudo o que se estava a passar, com cara de parvo.
Talvez ele estivesse a pensar que aquela era a casa do Comandante Geral da PSP.


No meio do tumulto, o comissário encarregue desta operação, aproximou-se de mim e disse-me:
-Pensei que tivesse dito que tinha morto o ladrão !!!

Eu respondi:
- Pensei que tivesse dito que não havia nenhuma viatura disponível."


Ficção ou talvez não, a minha experiência pessoal diz-me que alguém que entre nas vossas propriedades e roube fruta ou algo de pouco valor sai impune pois o "dano patrimonial" causado é insignificante e o custo administrativo sai bem mais caro que o valor do fruto em si. Se alguém estacionar um carro no vosso jardim a polícia simplesmente limita-se a pedir gentilmente ao proprietário para retirar o veículo pois pode ser chato para o dono do jardim.... Possuo um terreno anexo que é usado várias vezes por um vizinho que faz dele o seu parque de estacionamento privado, já alertei a GNR mais próxima mas foi-me dito tal e qual o que vos disse.. Não há dano! Já se eu lhe furasse um pneu por estar indevidamente na minha propriedade, de certeza que viriam os helicópteros e os carros patrulha para me obrigarem a pagar o pneu... Não é de aproveitar os saldos?

Pena de prisão em saldos até 84% de desconto! Aproveite a liquidação...

Não sei se esta medida será uma forma para que alguns homens de poder que já não tenham mais hipótese de fugir à prisão cumpram pena com desconto... o certo é que "Neste diploma surge a possibilidade do condenado ser colocado em regime aberto no exterior passado 1/6 da pena até 5 anos de prisão, ou 1/4 da pena superior a tal limite. A título de exemplo, numa pena de 5 anos, findos 10 meses de cumprimento; ou, numa pena de 10 anos, estando cumpridos 2 anos e 6 meses." Tal medida aparentemente servirá às prisões gerirem a sua capacidade de lotação e mandarem embora quem se está a portar melhor... É absolutamente incrível que com o aumento da criminalidade violenta e cada vez mais organizada se criem medidas de incentivo ao contrário de punição cada vez mais severa. Aos criminosos, aproveitem os saldos pois se todos cometerem crimes a lotação enche depressa e há nova redução nos saldos!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Greve dos enfermeiros

Mais uma vez, a classe dos enfermeiros convoca uma greve (de 4 dias) principalmente por questões salariais, apesar de já ter sido acordado um aumento salarial na ordem dos 20% até 2013! Os enfermeiros alegam que são os únicos licenciados que ganham 900 euros uma vez que as restantes licenciaturas auferem de rendimentos no valor de 1200 euros mensais. A meu ver, a greve é um direito que assiste a todos, mas não se estarão a esquecer dos técnicos de diagnóstico e terapêutica que, além de ainda não ter sido revista a carreira, auferem dos mesmos 900 euros ou até bastante menos e continuam a trabalhar em condições bastante precárias? Os mesmos que nem sequer têm acordo de aumento salarial seja para que ano fôr... Seria de bom senso a classe enfermeira lembrar-se um pouco dos seus "colegas" técnicos antes de partirem para nova greve ou então seria igualmente de bom senso que a classe técnica partisse para uma greve conjunta com os enfermeiros nem que fosse para conseguir o mesmo acordo dos 20% em 2013...

TDT Online

Para todos os Técnicos de Análises Clínicas, Bioanalistas, Analístas Clínicos e técnicos de diagnóstico e terapêutica em geral ( TDT não é somente televisão digital terrestre) não deixem de consultar o fórum TDT Online para obterem as mais recentes notícias sobre as Tecnologias da Saúde.

Nunca é demais divulgar!

sábado, 27 de março de 2010

Barack Obama perde popularidade

A crise de valores não se faz sentir somente em Portugal. Desta vez, o alvo é o presidente norte-americano Barack Obama que se encontra debaixo de fogo por ter aprovado a polémica reforma de saúde no passado Domingo. É curioso o facto de que cá pela Europa, o Sistema Nacional de Saúde é tido como um modelo a seguir para assegurar a saúde das classes mais baixas. O inexistente Sistema Americano era substituído por seguros de trabalho que na grande maioria dos casos, pouco mais servia para assegurar a saúde dentária dos americanos. É certo também que o actual Sistema Nacional de Saúde Português se continuar como está vai conduzir o país à falência pois acumula défices brutais de ano para ano mas esses défices são precisamente por tentar que todos tenham acesso universal e equitativo aos cuidados de saúde. Ainda me recordo do filme do Denzal Washington John Q em que um modesto norte-americano se barrica num hospital e sequestra todos os que lá estavam dentro para que pudessem salvar o seu filho pois o seu seguro de saúde não cobria a sua doença. Esta ficção é uma realidade nos EU e foi preciso um socialista Obama implementar tal gloriosa medida. O mesmo socialista que é sensível à matéria do aquecimento global... Como podem os americanos serem tão cegos ao ponto de não entenderem que tal medida os irá beneficiar?

A maior parte da riqueza americana concentra-se nuns escassos 5% de toda a população e os restantes 95% não se manifestam pois vivem na ilusão do "Sonho Americano", tal como os animais que perseguem a cenoura inalcançável, também estes esperam tornar-se ricos e beneficiar do sistema de regalias dos ricos tal e qual como está. Barack Obama é um visionário que está a implementar medidas socialistas o quanto antes, para evitar que todo o sistema financeiro entre em colapso e o fosso entre a classe alta e baixa (pois não há média) seja hiperbólico. A população americana, como qualquer outra tem que se convencer que ou os ricos começam a distribuir riqueza ou o dinheiro irá tender todo para o mesmo lado, quem é rico deterá todo o capital, quem é pobre deixará de trabalhar e terão que ser os ricos a começar a plantar as suas batatas pois nunca mais terão os pobres a trabalhar para si... (para não falar na onda de criminalidade crescente como já se verifica em Portugal). Venham mais Barack Obamas para liderar as nações...

sexta-feira, 26 de março de 2010

Negociata do ensino

Hoje, ingenuamente, fiquei a saber que para trabalhar na minha área já não basta ser "de borla" ainda temos que pagar! E não, não estou a falar das despesas de combustível e alimentação, estou a falar num seguro de trabalho no valor de 400euros! Alguém me arranje palavras para descrever o ponto ao que o país chegou em que é preciso pagar para trabalhar! Não deveria ser o contrário? Nós trabalhamos para ganhar dinheiro não é? Então para que é que os nossos pais andam a gastar dinheiro em cursos que temos que pagar para trabalhar nessa área? Quem é o responsável por toda esta situação?

A resposta a meu ver é bastante simples: o ensino privado!

A área das tecnologias da saúde atravessou um período em que o técnico era um sujeito raro, mal se formava um técnico este era imediatamente absorvido pelo mercado. Quando se deu a inflexão da situação a escola pública tratou de fechar temporariamente as suas portas para não saturar o mercado e foi aqui que surgiu a oportunidade ao ensino privado de colmatar a brecha deixada pelo público. Só que desta vez, ao contrário do ensino público que libertava anualmente 30 técnicos de Análises Clínicas por ano, CADA escola do ensino privado libertava 60 ou mais! Facto este que é o grande responsável pela actual situação do mercado de trabalho na área da Saúde (nao só nas análises clínicas). Hoje em dia temos a sair para o desemprego 600 novos técnicos por ano sem que ninguém coloque travão a esta situação. Estes abutres do negócio pouco ou nada se interessam se os seus alunos tenham colocação no mercado de trabalho desde que os pais (ricos?) paguem a mensalidade na ordem do valor anual de propina do ensino público ou quase! Culpados somos todos nós que nos deixamos cegar por esta negociata do ensino e continuamos a permitir que a situação se agrave ainda mais. "Não há média para o público vamos para o privado" o grande problema é que há já gente a mais e já não é uma questão de vocação, é uma questão de espaço!

Há dias ouvi o Pedro Abrunhosa a dizer que esta geração é a geração dos 1000euros. Os "poucos" felizardos que acabam a licenciatura e são colocados na sua área ganham (e contentam-se com)1000euros. Os poucos audases que têm a capacidade de se deslocar para o estrangeiro e descobrem, tristemente, o país onde estavam mergulhados, ganham entre 2000 e 3500eur e jamais voltam...

E nós? Continuamos vendados sujeitos ao poder de quem o tem...

terça-feira, 23 de março de 2010

Susan Boyle receberá 4,4 milhões de euros

A história remonta ao célebre 11 de Abril de 2009, quando uma mulher de 48 anos que nunca tinha sequer beijado alguém aparece no palco de um concurso, muito semelhante aos "Ídolos", no Reino Unido chamado "British got talent". A pobre figura é alvo de troça e risadas quando revela que o seu maior sonho seria tornar-se cantora profissional e aspirava ser tão bem sucedida como Elaine Page. Mas num ápice o sarcasmo transformou-se numa enorme lição de moral para todos os presentes; Susan Boyle cantou I Dreamed a Dream e todos se renderam ao seu encanto. A crítica arrasou-a, esteve para desistir do concurso a uma semana da grande final, mas Susan Boyle aguentou-se firme e esteve presente na finalíssima. Apesar de se contentar apenas com o 2º lugar no concurso, a sua popularidade foi além fronteiras e viu finalmente realizado o seu sonho, gravou o seu 1º album tornando-se assim cantora profissional...


A sua preserverança deu frutos e no seu próximo aniversário onde completará 49 anos de vida, receberá um cheque no valor de 4,4 milhões de euros pelas vendas do seu "sonho"!


Este exemplo mostra-nos que vale a pena sermos humildes, e que vale a pena continuarmos a investir nos nossos sonhos; mesmo que nos pareça que temos uma concorrência desleal num mundo cheio de corrupção e ganância, a humildade e as boas intenções acabarão sempre por ser recompensadas.

"Não julgue um livro pela capa sem antes ler o seu conteúdo..."

quinta-feira, 18 de março de 2010

Doentes enviados para casa por questões de poupança

À primeira vista parece uma notícia chocante mas será esta medida tão descabida assim? Um dos grandes responsáveis, senão o maior responsável, pela derrapagem do Orçamento de Estado todos os anos é o sector da Saúde. E ao contrário do que se possa pensar, não é pelo facto de haver pouco dinheiro na Saúde que se verificam este tipo de situações. As contas indicam que quanto mais dinheiro é atribuído ao sector da Saúde (aumentando sempre de ano para ano) mais dinheiro se gasta, mais despesa se tem, o que significa que não é o facto de se aumentar ao Orçamento que o Serviço Nacional de Saúde irá passar a ser mais eficiente e apresentar menos reclamações deste tipo. O Estado faz o que pode, e tanto faz que quando se está em ano de eleições então é que o rombo se faz sentir com maior veemência.

"A Saúde não tem preço" certamente... mas se não houver recursos não pode haver tratamentos. Atravessamos uma fase de recursos limitados, e por mais que nos custe, se tivermos dois filhos e apenas tivermos um alimento que apenas dê para alimentar um deles, dá-lo-emos ao mais magro pois o gordo ainda tem calorias para queimar. Se apenas temos recursos que impliquem uma escolha entre dar uma morte digna a um doente terminal e tentar salvar alguém com grandes chances de ter uma vida normal, inevitavelmente que iremos usar os recursos para tentar salvar quem ainda tem alguma esperança...

Como podemos melhorar esta situação? Muito simples... Diariamente as urgências estão entupidas com casos "verdes" e até mesmo "azuis". As pessoas recorrem ao serviço de urgência com uma dor na perna que poderia aguardar um dia para se poder ser visto num centro de saúde. Cada ida às urgências tem um custo, tempo de consulta do médico, exames complementares de diagnóstico, tratamento administrado (para não falar do tempo perdido pelo doente à espera pelo atendimento), etc. Este custo VAI SER CONTABILIZADO na despesa anual de saúde. Não acham que poderão ver a dor da perna num centro de saúde onde o gasto em saúde é bem menor que numa urgência, onde irão possibilitar um atendimento muito mais rápido aos doentes efectivamente urgentes e irão evitar contrair doenças nosocomiais (provocadas pelas bactérias hospitalares)?

Pensem que por cada exame/consulta desnecessário(a) estão a retirar recursos a quem realmente precisa, lembrem-se que poderão estar a tirar o alimento ao magro...

Apostar na prevenção NÃO É algo desnecessário. Um tratamento sai sempre mais caro que um exame de diagnóstico preventivo. Antes de terem alguma doença (sentirem os seus sintomas), detectem-na atempadamente e pouparão imensos recursos numa terapêutica tardia (e por vezes pouco eficaz) bem mais cara que o exame que a poderia detectar e tratar quase sem custo. Desta forma, usando racionalmente os recursos disponíveis iremos evitar futuramente notícias do tipo: "Doentes enviados para casa por questões de poupança"...

quarta-feira, 17 de março de 2010

Vírus no MSN Messenger

Para todos os utilizadores do serviço MSN messenger que possuam vírus ou simplesmente queiram verificar que não têm vírus usem a ferramenta da Linha Defensiva aqui disponibilizada. Chama-se Bankerfix e como o próprio nome indica permite a correcção de bankers. "O BankerFix é uma vacina contra worms e cavalos de tróia que roubam senhas de banco, Paypal, Orkut e MSN. Estas pestes são brasileiras e seu principal alvo são os internautas brasileiros, o que torna infecções por Bankers, como são chamadas estas pragas, comuns." Cá por Portugal, também existem estas pragas principalmente porque nos chateiam constantemente enquanto utilizamos o messenger... Corram-no duas vezes para garantir que de facto se livram de tudo. É 100% eficaz! Para outros assuntos não deixem de ler o site da Linha Defensiva.

PS: não cliquem em links enviados pelos vossos contactos sem confirmar primeiro que foram eles que de facto vos enviaram! Principalmente se o texto for abrasileirado...

terça-feira, 16 de março de 2010

Antibióticos

Na passada sexta-feira, foi exibido um interessante documentário na RTP2 sobre o antibiótico. Descoberto por acaso, o antibiótico criou a ilusão de que a humanidade iria finalmente levar uma vida sem doenças (pelo menos as infecciosas dada a falta de conhecimento genético da altura) e até mesmo viver num ambiente completamente livre de micróbios. Na altura, tal descoberta revolucionou a Medicina, foi de facto possível tratar doenças que até então não possuíam uma terapêutica eficaz e que conduziam irremediavelmente à morte. A natureza competitiva do humano levou a que este se descuidasse um pouco relativamente ao propósito com que o antibiótico foi criado, tratar doenças, fazendo com que se "esbanjasse" a descoberta noutras aplicações, como por exemplo ter-se verificado que os animais de quinta engordavam mais facilmente se tomassem antibióticos. Então foi usado como "engorda" e foi lançado em vários ecossistemas de forma a que o mundo estivesse livre de possíveis focos de doença... Os hábitos de higiene foram inclusivé quase postos de parte, uma vez que vivendo num ambiente limpo já não havia a necessidade de nos lavarmos e mesmo que se ficasse doente, o antibiótico resolvia o problema. Porém, o "micróbio" que já levava uns largos milhões de anos de existência, que assistiu à ascenção e queda do dinossauro, não estava disposto a perder a guerra declarada ferozmente pelo humano e o excesso de antibióticos foi, até, um trunfo para a sua evolução e aumento da sua patogenicidade.

Com a evolução dos conhecimentos genéticos, sabe-se agora que as bactérias ao se multiplicarem estão sujeitas a mutações no seu código genético. Então num meio rico em antibiótico a probabilidade de mutações aumenta consideravelmente. Estas mutações estão também presentes nos seres humanos como infelizmente sabemos, mutações estas que aumentam a sua frequência quando somos expostos a algo que somos susceptíveis (como por exemplo uma radiação nuclear); mas mesmo sem qualquer tipo de mutação todas as pessoas são diferentes (excepto os gémeos "verdadeiros") dada a variabilidade genética da população. Numa qualquer doença de origem bacteriana, o indivíduo afectado possui largos milhões de bactérias pelo que, como se imagina, podem existir diferentes bactérias (ainda que da mesma espécie) precisamente por haver variabilidade genética entre elas também; umas maiores, umas mais fortes, outras mais resistentes... Num meio rico em antibiótico, antibiótico este que seja o eficaz na eliminação de determinada estirpe bacteriana, a eliminação de bactérias é massiva e o ideal é que seja uma eliminação a 100%. Porém dada a sua variabilidade genética, a velocidade exponencial com que elas se multiplicam aliadas ao aumento de mutações precisamente por estas estarem sujeitas ao tal factor a que são susceptíveis, faz com que a probabilidade de surgir uma aberração na espécie aumente, e quando inicialmente tínhamos um grupo de bactérias que não possuíam resistência ao antibiótico eis que surge, numa ou mais mutações simultâneas entre os milhões de bactérias, um ou vários exemplares mutados que adquiriram resistência ao antibiótico. Estas bactérias resistentes vão-se multiplicar com a mesma facilidade que as outras com a vantagem (desvantagem para o hospedeiro) de serem resistentes ao antibiótico que dizimou a "família" com um sentimento enorme de vingança.

Quando se verifica que determinada espécie de bactérias é resistente a um grupo de antibióticos que inicialmente era sensível, parte-se para outro grupo de antibióticos diferentes dos primeiros mas com a mesma capacidade terapêutica. O problema é que cada vez mais as bactérias adquirem resistências a um, dois, três e até mesmo todos os grupos de antibióticos existentes devido à sua má utilização quer por serem usados quando não se devia quer por serem mal tomados...

Actualmente existem algumas estirpes de bactérias multi-resistentes para as quais estão a ser desenvolvidas novas linhagens de antibióticos, mas ainda sem resultados comprovados em humanos. Estas bactérias surgem em meios onde existem grandes concentrações de produtos antibióticos e desinfectantes e onde haja uma afluência de biodiversidade bacteriana, como por exemplo os hospitais. É frequente ouvir-se dizer que alguém foi ao hospital tratar-se de uma doença X e saiu de lá com uma pneumonia por exemplo. São as chamadas doenças nosocomiais. Estes locais são propícios a que as bactérias mais fracas sejam eliminadas restando apenas as que possuem resistências. Para quando surgirem antibióticos eficazes contra tais estirpes é necessário ter alguns cuidados para que não continuem a adquirir resistências...

A reter:

- a classe médica é uma das grandes responsáveis pela actual situação uma vez que receita antibióticos indiscriminadamente, não só por receitar antibióticos sem saber primeiro a qual a bactéria é susceptível como também, e pior ainda, receitar antibióticos em quadros virais ou fúngicos. O antibiótico SÓ é eficaz contra bactérias. Vírus e fungos são tratados com outra linhagem de fármacos que não o antibiótico. Combater uma gripe com antibiótico apenas permite que as bactérias que possamos ter adquiram resistência e permanecemos igualmente gripados pois o vírus não é afectado! Procurem ter o cuidado de se informarem sobre a vossa doença sempre que vos for receitado um antibiótico e perguntem ao vosso médico o porquê de ser receitado aquele antibiótico e não outro tratamento. (isto não é duvidar do trabalho do profissional de saúde, somente se falarem sobre a vossa doença podem indicar-lhe um outro sintoma que o poderá orientar para um tratamento completamente diferente;

- quando vos for receitado um antibiótico, tomem-no ATÉ AO FIM. Não parem se sentirem melhoras. Cada dosagem de antibiótico foi cientificamente calculada para garantir que a estirpe bacteriana é definitivamente eliminada. Sentir melhoria não significa que o organismo já esteja livre de bactérias, apenas podem não estar em número suficiente para provocar sintomas, mas estão lá! Com a paragem da toma do antibiótico estão a permitir que as poucas bactérias atordoadas que resistiram se multipliquem de novo, possibilitando que existam mutações favoráveis a que elas resistam a esse antibiótico, provocando novamente a doença mas mais resistente a esse antibiótico e na pior das hipóteses já não fará efeito.

- respeitem o horário das tomas. Por vezes, um esquecimento de 5 minutos pode parecer inofensivo. Cada toma possui um tempo previsto de circulação no organismo em que ao fim de determinado tempo, já não estará a fazer efeito algum, como se parássemos de tomar o antibiótico. Se as tomas, por exemplo, foram calculadas para serem feitas de 8 em 8 horas significa que a 1ª toma estará em circulação no organismo durante 8h30 por exemplo, para que a 2ª toma ao fim de 8h a contar da primeira, demore 30 minutos a estar em circulação garantindo que a dosagem esteja sempre nos valores estipulados. Suponhamos que nos atrasamos 5 minutos na segunda toma. Como a segunda toma demora 30 minutos a entrar em circulação, apenas entrará em circulação 8h35 minutos após a 1ª toma o que faz com que o nosso organismo esteja vulnerável por 5 minutos. A reprodução bacteriana é exponencial (quantas mais houver ainda mais se multiplicarão) e é feita num curtíssimo intervalo de tempo, o que significa que os 5 minutos em que o organismo está sem protecção poderá ser excelente para que a colónia de bactérias adquira novos reforços e, mais uma vez, possa adquirir resistência. Basta uma bactéria resistente para que ela produza um novo exército sem que o antibiótico lhe cause qualquer perturbação...

- por último, e não será certamente a última coisa que se deverá ter em conta, o antibiótico não acaba depois de ser tomado. Pouca gente tem a noção disto. O princípio activo do antibiótico vai estar em circulação, poderá perder a sua força terapêutica ao fim de algum tempo, mas vai ser expulso do organismo e continuar por mais algum tempo no ambiente! Ao defecarmos/urinarmos o antibiótico este seguirá o seu caminho até ETARes onde felizmente será tratado e removido do ecossistema, ou não passa pela ETAR e seguirá livremente até aos rios e até às costas. Esta acumulação de todos os antibióticos de todas as pessoas que o excretam vai-se tornar novamente um local, como falei mais acima no caso dos hospitais, excelente para que haja a selecção natural de espécies bacterianas multi-resistentes. Estes antibióticos vão eliminar todas as bactérias sensíveis por onde passem, é um facto, mas vão sobreviver as que possuíam resistência a eles, produzindo novos exércitos extremamente perigosos para a Saúde Pública. Um dos exemplos que vos posso dar são as fezes das aves marítimas, como as gaivotas, nos passeios do cais ou nas praias para onde os antibióticos se dirigem através dos rios. Estas fezes ricas em agentes bacterianos em contacto com esses antibióticos vão possibilitar a aquisição de resistências por parte dessas bactérias. As fezes vão secando com o tempo até se transformarem num pó ultra-fino que vai ser dispersado pelo vento. Ora este pó vai ser inalado como todos os restantes pós que nos causam alergia, com a diferença de possuir bactérias extremamente resistentes e potenciadoras de graves doenças que na pior das hipóteses serão intratáveis...

Cabe-nos a nós sermos racionais na utilização destas "armas biológicas" que poderão causar uma destruição maciça de bactérias mas que se podem virar contra nós a qualquer momento. Leiam bem as bulas (papel de instruções) dos antibióticos para saber se de facto se adequa ao tipo de enfermidade que possuem mas se o começarem a tomar não parem (com a óbvia excepção de serem alérgicos ao antibiótico salvo seja..)
Com uma utilização cuidada e sensata os antibióticos continuarão a ser uma ferramenta terapêutica eficaz, surgirão novas linhagens de antibióticos capazes de eliminar as principais ameaças multi-resistentes que existem mas depende muito da nossa parte fazer com que estas novas linhagens não sigam o exemplo das anteriores...

Saúde!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Microprodução - Um investimento de combate à crise financeira e ambiental

Actualmente, é notória a resposta da Natureza às constantes agressões ambientais por parte do Homem, como se pode ver nas recentes intempéries e catástrofes naturais registadas ao longo de todo o globo. É urgente tomar medidas para a redução do consumo de combustíveis fósseis e consequentemente emissão de gases com efeito de estufa. A preocupação é global mas ainda não é levada a sério a 100% por todas as nações, principalmente os que possuem mercados emergentes, como se pôde verificar na cimeira de Copenhaga.

A ideia é bastante simples, por que não apostarmos em energia renovável não poluente? Diariamente somos brindados com uma fonte "inesgotável" de energia que nos cai do céu e não a aproveitamos como devíamos! A energia solar.
Sabe-se que 85% de toda a energia eléctrica consumida em Portugal é importada; ironicamente Portugal é o país da União Europeia com maior taxa de exposição solar. O pensamento de que somos os piores em tudo cega-nos ao ponto de não aproveitarmos aquilo em que somos de facto melhores.  E no caso da exposição solar não corremos o risco de sermos ultrapassados por nenhum outro país da União Europeia excepto, salvo seja, se ocorrer um sismo na Europa que, à semelhança do Chile, altere o eixo de rotação da Terra.

Ao importarmos energia, como qualquer outra importação, estamos a gastar dinheiro, dinheiro este que se for investido neste tipo de produção energética obtém-se pelo menos 2 excelentes resultados a médio e longo prazo:

- é reduzida a despesa de importação uma vez que com geração energética doméstica deixa de ser necessária a importação,
- uma vez satisfeitas as exigências energéticas com base em energia renovável não poluente é reduzido o consumo de combustíveis fósseis e gases com efeito de estufa.
- o orçamento usado anualmente para importação de energia poderia dessa forma ser investido noutros sectores e, no limite, poderemos gerar riqueza ao exportar a nossa própria energia produzida em Portugal!

Este conceito não está associado apenas a grandes investidores nem é, de todo, tão irrealista quanto aparenta ser. Actualmente existe uma campanha onde cada casa pode tornar-se um microprodutor de energia, através da utilização de painéis fotovoltaicos, com uma tarifa bonificada. Resumidamente, e podem posteriormente obter mais informações neste site, toda a energia produzida será obrigatoriamente vendida à rede a um preço 5 vezes superior ao preço de aquisição. Quer isto dizer que, imaginando que cada casa produza o equivalente ao seu consumo mensal de energia, irá receber 4 vezes o valor que gastaria para contratar essa mesma energia à rede! Ou seja, se uma casa consome (suponhamos) 500kW de energia e que por cada kW contratado paga €0,10 à rede teria que pagar à rede €50. Supondo que essa mesma casa tivesse um painel fotovoltaico que produzisse os mesmos 500kW vendendo-os à rede por um preço de €0,50 por kW, contratando IGUALMENTE os 500kW à rede, gastaria os €50 do consumo mas obteria €250 pela venda da energia produzida, o que se traduziria num encaixe de €200/mês! Este pequeno lucro mensal irá amortizar  progressivamente o investimento feito pela instalação do sistema fotovoltaico e tem 100% de retorno, em média, entre 5 a 8 anos, uma vez que estes sistemas rondam os 20 a 35mil euros.

Por outras palavras, todos temos um encargo mensal ou bimensal com a factura da luz; em vez de colocarmos este dinheiro em saco roto, pagamos duma só vez 5 anos de luz, colocamo-lo no telhado de nossa casa e nunca mais teremos que pagar luz novamente. Com a benesse de que ao fim de 5 anos, esses 20 a 35mil euros estarão novamente no nosso bolso e ainda iremos facturar com a produção de energia a partir desses mesmos 5 anos!

Ora se demoramos 5 anos a retornar um investimento de 20 mil euros, posso ir mais longe... A dívida externa portuguesa ascende aos 17mil euros por cada português! Se cada português tiver um painel fotovoltaico, em 5 anos pagamos o painel, em 10 anos Portugal não tem dívida externa, em 50 anos os nossos netos terão um ambiente muito menos poluído e Portugal será um mercado emergente... :) (claro que seria necessário que a Europa nos desse a mesma tarifa bonificada de venda de 5 para 1 mas no pior dos cenários reduzimos a nossa despesa de consumo de energia para 0 e ainda vendemos qualquer coisita...)

Fica a sugestão !

Apresentação

Olá a todos! O meu nome é Filipe Oliveira, tenho 25 anos e sou Técnico de Análises Clínicas. Carrego carinhosamente o apelido Espinha desde o longínquo 5º ano de escolaridade e, uma vez que tal me assenta como uma luva, nunca fiz questão de desapontar quem fez a questão de me tornar autêntico com tal alcunha.


Desde cedo tive predisposição para a área da Saúde, de novito que lia bastante sobre as doenças e achava piada aos termos difíceis que apareciam nesses livros e procurava saber o que significavam. Quando fosse grande queria ser médico claro está. Mas logo aí o pequeno rectângulo começou a criar o primeiro grande obstáculo no meu processo de socialização secundária, ser médico é um pequeno privilégio apenas para quem consegue ter a modesta média de 18,8 valores.


Entretanto, a par do gosto pela Saúde, tive o meu primeiro computador. Adquirido para fazer trabalhos da escola, utilizado maioritariamente para jogar... lá tinha a segurança de ir mexendo nele e fazer as asneiras à vontade, pois apesar de não ter curso algum de informática, quem mo instalou garantiu-me a segurança de que, caso eu fizesse alguma asneira, ele estaria disponível para o arranjar de novo. Com essa segurança dei asas a uma das minhas melhores qualidades: a aprendizagem auto-didacta!


O meu primeiro clique,
o meu primeiro texto,
o meu primeiro documento,
a minha primeira instalação de software... a minha primeira avaria!

"Bolas... e se eu tentar por isto como estava? Pior não deve ficar mas se ficar pior o Luís vem cá e ajeita-me isto... BOA! Consegui!" a minha primeira reparação...

a minha primeira parametrização,
a minha primeira percepção que "epah o que eu preciso mesmo é de um gravador de cds para gravar os trabalhos da escola. Oh Luis, comprei uma drive de CDs não me podes vir cá montar?
- Não me dá muito jeito, para a semana eu vejo-te isso.
- isto também não deve ser muito difícil... deixa cá ver o livrinho..." a minha primeira instalação de hardware!

a minha primeira limpeza do pó interior,

a minha primeira curiosidade sobre para que servia aquele botãozinho da voltagem da fonte de alimentação...

a minha primeira explosão informática....

esta avaria não era nada difícil de detectar a causa... fonte de alimentação nova! vou instala-la sozinho, se precisar de ajuda peço ao Luis...

a minha segunda reparação...

a minha primeira rede doméstica...

hoje em dia o Luis é contabilista e é ele que me pede ajuda quando tem um problema informático mais complexo... Como diz um ditado chinês: "Se alguém te pedir peixe, não lhe dês peixe, ensina-o a pescar!"

Já no final do ensino secundário com a média bastante longe do pretendido 18,5 (desde essa altura que tenho um problema grave de ser sub-avaliado na escola, o que sei não se reflecte nos exames que faço) acabei por baixar um pouco a fasquia e tentar fisioterapia... Fisioterapia, Biologia, Eng. Química em última opção... Desisti de engenharia logo ao fim do 1º semestre... Melhoria no 12º ano... nova candidatura, Fisioterapia, análises clínicas (não tenho média para isto mas a média do curso é alta deve ser bom curso...) Radiologia, Cardiopneumologia... "Olha... a média de Análises Clínicas baixou imenso fui o último colocado com os meus 15,5!)
Acabei por entrar no, segundo a regente, curso dos indecisos onde quem não sabe bem o que quer acaba por lá chegar mas que acaba por sair ao final do 1º ano; quem permanece fica com um conhecimento bastante abrangente que lhe concede uma vasta polivalência! Com um percurso académico atribulado, tenho formação superior num curso que na minha infância nada me dizia, tinha medo de ir tirar sangue aliás, mas que o segui por ser "da área da Saúde" onde o emprego é garantido... Que grande mentira! Segundo grande obstáculo deste rectangulozinho, os técnicos de diagnóstico e terapêutica, no qual se insere o grupo dos técnicos de análises clínicas (ou BioAnalistas segundo as novas designações) não possuem nenhuma Ordem (à semelhança dos nossos colegas Enfermeiros, Médicos e Farmacêuticos) e somos considerados técnicos de segunda, apesar de possuirmos 4 anos de licenciatura, equiparados a técnicos profissionais de 12º ano. Há os Médicos, os Técnicos Superiores (Farmacêuticos, Biólogos) e os Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica... Ironicamente espelhando o que me aconteceu à porta da faculdade no momento de candidatura em que ou era Médico ou baixava a fasquia para ser um profissional de saúde de segunda... "Estudassem mais para serem farmacêuticos" dizem alguns "Técnicos Superiores". Com sorte no meu ano a média de entrada registou valores anormalmente baixos, noutros anos a média de Análises Clínicas chegou a superar a barreira dos 18 valores...

a minha primeira ligação à internet...

e abriram-se-me as portas ao universo da informação... são várias as minhas áreas de interesse neste momento, que vão desde a Gestão industrial à Economia, passando pelo Empreendedorismo e Oportunidades de Negócio; com a mesma satisfação que outrora tive a aprender informática, mas com a certeza que agora o meu processo de aprendizagem auto-didacta é bem mais maduro e que tenho muita atenção aos possíveis "interruptores de voltagem" que me possam surgir...

É gritante a falta de sentido crítico desta sociedade que se contenta e se deixa contaminar com frases feitas, publicidade enganosa em massa e com o que vê apenas na comunicação social. Não existe a preocupação, salvo as excepções claro, em adquirir informação através de todos os meios existentes e de fontes fidedignas, contentando-se com o boato e com o dito por não dito.
Entristece-me em ver que as pessoas apenas se mobilizam em situação de tragédia (que não deixa de ser louvável), ou quando já é bastante tarde (como a necessidade de existir o actual PEC), deixando que o outro faça primeiro antes de fazer também, pois se o outro fizer não pode ficar atrás...


Em jeito de conclusão, sou apenas mais um jovem com grande potencial, com a vantagem de possuir um curso polivalente (brincadeira), à semelhança de tantos outros recém-licenciados com falta de oportunidades, vitimado pela actual crise. Mas a crise que mais me preocupa não é a económica, é a crise de valores que esta sociedade teima em não querer ultrapassar.