sábado, 29 de maio de 2010

Estaremos todos dispostos a trabalhar no Natal?

É um facto que estamos em crise, é um facto que se gastaram uns milhares (não muitos) com a visita do papa, é igualmente um facto que se possibilitou a tolerância de ponto para a visita papal com uma eventual baixa de produtividade... etc, etc...

Agora vejamos, estarão todos dispostos a começar a trabalhar no Natal e em todos os outros feriados religiosos? Podia enumerar aqui uma vasta lista de dias em que existe a tal quebra de produtividade e se perdem também milhares de euros para que todos possam descançar mais uns dias e outros tantos de pontos quando calham à quinta-feira... Não será um absurdo estar contra o país parar devido à visita papal e por outro lado gozar dos feriados religiosos?

Não sejam tão inflexíveis, eu fui educado religiosamente, fiz a catequese e apesar disso sou cada vez menos crente, uma educação religiosa não impede de sermos esclarecidos. O que não podemos deixar de ter em conta é o facto de que é necessária a religião para todos aqueles que, ou não são "esclarecidos" e necessitam do conforto da espiritualidade ou, mesmo "esclarecidos", reconhecem que a presença de alguém capaz de reunir grandes massas de pessoas é sempre um acontecimento capaz de abastecer energia positiva e criar uma maior motivação para ter um maior rendimento no trabalho nos dias seguintes. Não valerá a pena perder um dia de produção e obter um rendimento extra nos dias após? Não valerá a pena o investimento? Convenhamos que ninguém foi obrigado a faltar ao trabalho, foi apenas uma tolerância ;) O facto de faltar ao trabalho para aproveitar a folga já é algo que transcende a visita do papa... Chama-se preguiça e a culpa não é do papa. Aliás, quem acredita no papa sabe que a preguiça é um pecado capital... :)

Podem estar contra a igreja, podem dizer que a igreja encobre pedofilia, cuidado, tenham em conta que crime há em todas as classes profissionais, mas não é por uma meia dúzia de pessoas que cometem crimes que nos dá o direito de por em causa qualquer instituição. Se assim fosse já se tinha acabado com a polícia e era pior a emenda que o soneto... Tenham em conta que os valores da sociedade ocidental baseiam-se no catolicismo, igualdade, espírito de entreajuda, respeito pelo próximo são apenas alguns exemplos. Se há algumas pessoas que ganham dinheiro com isso? Haverão certamente, mas é o seu trabalho como qualquer outra profissão.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Para quando a legalização do casamento a 3?

Desde semana passada que passou a ser permitido o casamento homossexual em Portugal. Cavaco Silva invocou a sua "ética de responsabilidade" e promolgou contra os seus princípios uma lei que não poderia ser mais adiada uma vez que o país atravessa uma grave crise financeira. Este governo já nos habituou a tentar aprovar leis enquanto algo maior preocupa ou distrai os portugueses. Para desviar as atenções do caso Freeport, eis que José Sócrates tenta implementar o casamento homossexual para que as atenções se desviem de si mesmo para um tema polémico. O mesmo governo que nos impõe as medidas de austeridade enquanto decorre a visita papal e na semana em que o Benfica é campeão aproveitando a euforia do momento para nos dar mais uma facadinha de mansinho. O que a meu ver não é digno é usar o argumento da crise como forma de promolgar uma lei que a meu ver mais de metade da população portuguesa não veria aprovada caso fosse a votação por referendo. É certo que os governantes são eleitos para fazerem as leis, mas há leis que devem ser sujeitas a votação pelos portugueses antes de serem aprovadas, nos casos mais polémicos. É óbvio que a polémica seguinte será a adopção e que o casamento apenas seria um ponto de partida para essa reivindicação, ao contrário do que os homossexuais falsamente declaravam que apenas queriam o casamento. Se o motivo é a discriminação, para quando é a legalização de casamentos entre 3 pessoas? Por que deverão ser elas discriminadas quando duas pessoas do mesmo sexo já podem casar? E por que discriminar todos aqueles que desejem oficializar uma relação e obter benefícios fiscais com os seus animais de estimação? São irracionais e tal, serão, mas também não podem ter filhos naturalmente tal como os homossexuais, por que discriminá-los também?

Não estou de todo contra a homossexualidade, bem pelo contrário, cada indivíduo é livre de efectuar as suas escolhas desde que não afecte a liberdade de terceiros; se há duas pessoas dispostas a partilhar essa opção não vejo a razão para estar contra. O que não acho correcto é que todas as opções sejam tratadas de igual forma uma vez que, quer queiramos quer não, se trata de uma opção anti-natura, nunca poderão constituir família de uma forma natural. Existe a diferença, como tal terão que existir diferenças nos contratos sociais.

A adopção, a meu ver, será um retrocesso na sociedade tal como a conhecemos hoje em dia. Será preferível atribuir um lar homossexual a uma criança para que não esteja numa instituição de acolhimento? Será viável trocar um trauma por outro ainda maior? Não é uma questão de mudar toda a sociedade para que crianças "filhas" de homossexuais não sejam inferiorizadas pelos seus pares na escola, pois acredito que por muito que a sociedade evolua, a diferença será sempre apontada por estar inerente à natureza humana. Uma criança "filha" de duas mulheres necessitará de um pai/mãe para ultrapassar o complexo de electra (édipo no caso dos meninos) e necessitará do mesmo pai quando os seus pares estiverem a dizer que possuem o melhor pai do mundo, pois nesse mesmo dia irá questionar as suas duas mães o motivo de não terem um pai, tal como as orfãs traumatizadas o questionam...