segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Um exemplo para o ser humano...

Será que estaríamos dispostos a fazer isto que um ser dito irracional acabou por fazer a um semelhante?



Nos tempos que correm tenho as minhas dúvidas...

A crise mundial (de valores)

Entretanto, a crise económica continua sem fim à vista (apesar de já ter sido mencionado que já terminou há um par de semanas) já que Portugal ainda está a pagar a factura dessa mesma crise vivendo uma precariedade ainda maior que durante a própria. Porém, o que mais me preocupa continua a ser o facto de estarmos a preferir as barras de ouro ao planeta... (lembram-se?) Estamos a dar maior importância ao saldamento de dívidas, redução de custos com aumento de poluição, enquanto algumas regiões (como a Madeira) ficam com o seu coração nas mãos sempre que uma nova intempérie os fustiga. E tenho a certeza que dariam muitas barras de ouro em troca de um melhor clima... E quando deixarem de ser apenas algumas regiões para serem todas? Os credores ainda se importarão com a dívida? Este fim de semana relembrei o filme "Mentes perigosas" em que um jovem estudante perde a vida por não ter batido à porta do gabinete do reitor (tendo sido convidado a sair sem falar) e como tal não pôde denunciar o homem que acabaria por lhe tirar a vida. Quando é que começamos a dar importância ao que realmente interessa em vez de estarmos preocupados com o "bater à porta"?

A solução da crise passa por se exportar mais do que aquilo que se importa, atrevo-me a dizer que qualquer gestor/economista concorda com o que acabei de dizer. O meu comentário em relação à frase anterior: que grande inverdade!!! A solução da crise passa por vender a pronto e comprar a prazo... FALSO!

Acho inadmissível que ainda se pense desta forma! Vender a pronto dá de facto um lucro imediato, comprar a prazo só adia a sentença para a descendência... beneficiam agora dos bens para que a descendência a pague com dificuldade mais tarde... gozaram outros aquilo que estamos a pagar neste momento!!! O crédito nunca é solução! E é com esta explicação que já posso comentar a primeira afirmação, inverdade que a solução da crise é exportar mais do que aquilo que se importa pois no limite alguém irá ficar sempre a perder... Vejamos, Portugal amanha começa a exportar o dobro do que aquilo que importa, duplicará o seu capital (numa economia sem crédito), Espanha faz o mesmo... França faz o mesmo... todos os países fazem o mesmo.... entretanto duplicaram todos o seu capital? Claro que não! Não é possível! Os recursos são limitados, não há forma de todos crescerem sem prejuizo de alguém. A questão aqui meus amigos é que todos os países consigam exportar O MESMO VALOR do que aquilo que importam... Parar de vez com a competitividade, (impossível?) criar uma lei internacional para quem obtivesse lucros teria que o ceder a um fundo internacional para o distribuir a quem tivesse prejuizo. Obviamente que poderia dar lugar ao facilitismo, que outros trabalhassem por nós... (eles que tenham lucro e nós recebemos o dinheiro sem produzir) teria que ser criado um critério para essa distribuição de riqueza, uma espécie de prova que tudo tentaram para obter lucro mas não conseguiram... Só com este princípio de equidade se poderá resolver de uma vez por todas esta crise... A competitividade não nos vai levar a lado nenhum... E no limite, continuo a dizê-lo, os ricos terão que começar a plantar as suas batatas e a pescar o seu peixe e não os estou a ver dispostos a tal... Comecem a ceder a riqueza a quem as planta/pesca...

Portugal - a colónia brasileira

Já alguém pensou que a solução da dívida portuguesa poderia passar pela aquisição desta por parte do Brasil?

O Brasil, um dos três mercados emergentes internacionais a par da China e da Índia, irá ser um dos maiores produtores de petróleo à escala mundial, possui enormes recursos hídricos e que, a meu ver, iria ganhar muito mais se apostasse nas energias renováveis dada a sua extensão e exposição solar, poderia inverter o seu papel de ex-colónia criando um protocolo com a "metrópole" de forma a que Portugal deixasse de estar sujeito à pressão dos mercados e pagasse a sua dívida ao Brasil com as devidas contrapartidas...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

PEC 33 e dois terços...

Qual sátira aos nomes dos filmes da Academia de Polícia... Nova redução de comparticipação a quem vai ao médico dizer 33 e pedir meios complementares de diagnóstico; o que nos vai valer é ter um terço em cada mão e rezar...

Governo anuncia subida de iva para os 23%, congelamento de novas admissões na função pública, redução de pessoal da função pública onde existe maior massa de empregos, redução de salários da função pública em 5% para quem ganha mais de 1500eur, redução nas pensões, redução nas ajudas de custo, reduções, reduções, reduções.... Resta saber se a redução da despesa irá traduzir-se também num aumento da receita com um aumento de impostos...

O mais grave disto tudo é que este Orçamento de Estado tem que ser aprovado para que a taxa de juro da dívida pública não dispare ainda mais (quando já ultrapassou os 6,5%) uma vez que uma instabilidade política faria aumentar ainda mais a especulação dos mercados face a Portugal.

Más notícias para quem, como eu, se encontra desempregado, se já estava difícil arranjar emprego quando a função pública ainda admitia a conta gotas novo pessoal, agora só o sector privado nos irá valer que, como sabemos, paga como bem entende quando a procura é maior que a oferta...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Segunda Opinião Médica

Foi lançado há dias um site que permite aos seus utilizadores obterem uma opinião clínica com base na descrição de sintomas e envio de exames digitalizados, revolucionando a ideia do meu post anterior mas em versão oficial e especializada. O Segunda Opinião Médica já sofreu, no entanto, críticas do bastonário da Ordem dos Médicos que, no seu entender, tal "negócio" não pode ser considerado acto médico e alerta para o problema da "responsabilidade criminal quando algum doente abandonar um tratamento".

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Dúvidas: Antibióticos e outras

Tenho constatado que grande parte das visitas deste blog se prende à tentativa por parte dos leitores de encontrar respostas a dúvidas sobre antibióticos e afins. Deixo aqui este tópico para que coloquem nos comentários as vossas questões para que eu possa esclarecer o melhor possível com os meus conhecimentos ou consultando a opinião de colegas da especialidade...

Exs: "O que fazer quando uma infecção bacteriana não passa com antibiótico?" "O antibiótico deve ser tomado até ao fim?"

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Incêndios florestais: a bioanálise

Nesta altura do ano mal consigo ligar a televisão para ver a actualidade pois entristece-me confirmar que a estupidez humana não tem limites. Não se pode negar que existe alguma inimputabilidade no que diz respeito a determinados comportamentos que provocam algum tipo de prazer, como por exemplo o acto de fumar que por mais óbvio que seja que fumar causa graves malefícios à saúde, é inimputável o acto de fumar e não ético proibir de fumar quem quer que seja com um pequeno senão.. desde que não atinja a liberdade de terceiros. Este terceiro, responsável por ser difícil por vezes viver em sociedade, é a razão pela qual certos comportamentos devem ser punidos em conformidade com a lesão cometida. A piromania leva a comportamentos que de certo modo provocam prazer no pirómano, porém as nossas autoridades parecem encarar este comportamento com leviandade. A piromania afecta, e de que maneira, terceiros.

São óbvios os prejuízos materiais e humanos que este tipo de catástrofe acarreta, várias casas ardidas, vários desalojados, prejuízos avultados ao nível do gado e pecuária, ... mas há dois aspectos que eu gostava de salientar: os prejuízos humanos e ambientais.

A vida humana é, a meu ver, o bem maior que deverá ser tido em conta. Apelo à reflexão sobre o trabalho voluntário de milhares de bombeiros que nada ganham em troca senão a preservação do património ambiental do país e que por diversas vezes perdem a sua própria vida para proteger algumas pessoas que nem sequer valem o esforço de calçarem as botas dos seus uniformes. Suportam temperaturas elevadíssimas, dormem umas 4 horas por dia para renderem os seus colegas já exaustos enquanto o resto do país está a gastar recursos nacionais em ilhas paradisíacas no estrangeiro num colchão de água a desfrutarem dos seus refrescos e outros... a atear mais um fogo numa floresta algures...

Em segundo lugar, e muitas vezes abafado pelas notícias de casas ardidas, é o impacto ambiental inerente. A água potável utilizada no combate aos incêndios é um bem tão escasso e tão precioso que se houvesse a mínima noção de que num futuro próximo esse bem irá ser pago a peso de ouro, os incendiários andariam a apagar os seus fogos que atearam com rancos de árvores queimadas para evitar o consumo de mais recursos naturais.
E novamente o papão do aquecimento global. Não há a sensibilidade (ainda que as catástrofes naturais cujo homem pouco ou nada pode fazer para as evitar estejam a aumentar dramaticamente) que é urgente aumentar a taxa de retenção de carbono da atmosfera sob pena de a temperatura global aumentar para níveis humanamente insuportáveis. O Mundo assiste de ano pra ano a records de temperatura nas vagas de calor e Portugal não é excepção com os termómetros a registarem temperaturas na ordem dos 40ºC por vários dias consecutivos. E o pobre tuga, ao contrário de estar a fazer o possível para MANTER e se possível AUMENTAR a floresta que retém o carbono responsável por esse aumento de temperatura... está a dizimá-la sem eu perceber muito bem a razão... será piromania? Será a madeira queimada vendida a um preço mais barato aos transformadores da madeira? De que servirá o lucro económico se não tiverem oxigénio para respirar dentro de 20 anos?

Cada hectare de floresta retém em média cerca de 80 a 200 toneladas de dióxido de carbono por ano. Em portugal a área ardida quase duplicou entre 2008 e 2009, atingindo perto de 30 mil hectares. Este ano a área ardida ascende aos 68mil hectares. Ora só neste período Portugal deixará de reter via florestal entre 7 840 000 a 19 600 000 toneladas de dióxido de carbono! Portugal emitiu em 2006 (estando acima dos limites admissíveis internacionalmente) 36 898 milhões de toneladas. De uma forma não científica arrisco-me a dizer que ao longo dos anos, temos vindo a destruir metade da capacidade de retenção de carbono do país ao "permitirmos" que ainda exista meia dúzia de fulanos que continua a arruinar a saúde de 10 milhões de portugueses (e mais alguns a nível global) impávidos e serenos. Já para não falar do agravamento da qualidade do ar e no seu impacto nos doentes com patologia respiratória como a asma e a doença pulmonar obstrutiva crónica.

É absolutamente lamentável que as autoridades continuem a promover este tipo de atitudes não aumentando drasticamente a carga penal deste tipo de CRIME humano e ambiental. O agravamento de 2007 revela-se manifestamente insuficiente. Serão necessárias penas máximas de cadeia e multas avultadas para desencorajar a destruição lenta da espécie humana muito acima de qualquer economia, seja a que escala for, e evitar comentários populares do tipo: "era apanhá-los e amarrá-los a uma árvore..." ainda mais lamentáveis...